Janela,Mirante antigo




Janela, mirante antigo,
de onde via o tropel dos cavalos em louca disparada empinando-se em meio à poeira,
puro sangues agitados, relinchando em vozes alegres prestes a seguir para a cavalgada ao sol da manhã, descendo barrancas, rompendo os matagais abaixo violando a terra com seus cascos fortes e escuros.

Janela, mirante antigo, na centenária terra dos sonhos bordados na infância,
das noites claras de luar e das serenatas de sapos que coaxavam no brejo rompendo o silêncio,
ali tudo era belo entre relinchos, mugidos, toque de sino,
vozes da natureza em meio à solidão de meus caminhos.

Janela, mirante antigo, onde aprendi a cismar fazendo imagens nas nuvens, com a chuva conversar mesmo nos temporais, a orar de mãos postas observando o horizonte esperando respostas do vento sul, também cantando as primeiras melodias pela amplidão daqueles ermos.

Janela, mirante antigo, moldura perfeita de minha infância que ainda lá está desafiando o tempo, como que à minha espera sempre para enlevar-me e curar a saudade doída, breve ficarei aí contigo novamente.

Janela...mirante de minha vida!

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N.Marilda// Poema dedicado ao meu irmão Tom, e outros, que sempre estavam na janela comigo// Direitos Autorais Reservados

2 comentários:

  1. Lindo poema e dedicatória! beijos,ótimo fds!chica

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  2. A descrição é perfeita, senti toda essa emoção que aflora de forma intensa ao mesmo tempo mansa, a Poeta me transmite sentimento bons de saudade e ainda, espera!

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