Janela, mirante antigo,
de onde via o tropel dos cavalos
em louca disparada empinando-se em meio à poeira,
puro sangues agitados, relinchando em vozes alegres
prestes a seguir para a cavalgada ao sol da manhã,
descendo barrancas, rompendo os matagais abaixo
violando a terra com seus cascos fortes e escuros.
Janela, mirante antigo,
na centenária terra dos sonhos bordados na infância,
das noites claras de luar e das serenatas de sapos
que coaxavam no brejo rompendo o silêncio,
ali tudo era belo entre relinchos, mugidos, toque de sino,
vozes da natureza em meio à
solidão de meus caminhos.
Janela, mirante antigo,
onde aprendi a cismar fazendo imagens nas nuvens,
com a chuva conversar mesmo nos temporais,
a orar de mãos postas observando o horizonte
esperando respostas do vento sul,
também cantando as primeiras melodias
pela amplidão daqueles ermos.
Janela, mirante antigo,
moldura perfeita de minha infância
que ainda lá está desafiando o tempo,
como que à minha espera sempre
para enlevar-me e curar a saudade doída,
breve ficarei aí contigo novamente.
Janela...mirante de minha vida!
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N.Marilda// Poema dedicado ao meu irmão Tom, e outros, que sempre estavam na janela comigo//
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Lindo poema e dedicatória! beijos,ótimo fds!chica
ResponderExcluirA descrição é perfeita, senti toda essa emoção que aflora de forma intensa ao mesmo tempo mansa, a Poeta me transmite sentimento bons de saudade e ainda, espera!
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